Sábado de administração de sistemas

Upgrades em várias máquinas de linux (ubuntu servers e Mint desktops) fizeram a minha tarde. Correu tudo normalmente, com um par de horas de puzzles à mistura no caso dos upgrades para o Mint 21.1, mas não mais complicado que o expectável.

Pelo meio nasceu este novo servidor de Writefreely, muito pelo charme minimalista da plataforma. Eu adoro este tipo de abordagens. Tinha de experimentar a plataforma, gostei do que vi e vou manter a instalação.

Espreitei também o micro.blog, que é muito na linha do Mastodon, e de que não gostei particularmente. Em particular a ideia de não haver crosspostings (boosts), porque alguma coisa ser viral é forçosamente “negativa” decididamente não me agrada.

Gostei (muito) de ver em ambos os casos as respectivas comunidades a pagar hosting. O modelo de que uma coisa que custa dinheiro (a alguém) pareça ser gratuito é insustentável no médio/longo prazo. É claro que pode haver sempre malta super-generosa a pagar a festa de todos, mas duvido que escale ou dure muito tempo.

Eu não me sinto confortável como “convidado” dessas pessoas. Esse é um dos motivos que me levam a fazer hosting dos meus próprios servidores. Partilho os mesmos com familia e amigos, como partilho a minha casa quando recebo pessoas. Toda a gente sabe que a festa acaba quando não me apetecer pagar mais copos ou perder a pachorra para andar a limpar a casa. Há zero compromisso meu de manter a festa indefinidamente. É porreiro e divertido enquanto durar e quando acabar ficam as memórias.

Um amigo perguntou-me se não era uma situação precária usar o meu servidor de Mastodon. Se não era melhor ir para um que fosse mais estável e tivesse um compromisso de longo prazo com utilizadores... é. É melhor. Se isso for real. Talvez esse servidor seja mais lento em determinados momentos, mas fora isso, só vejo vantagens. Boa sorte a descobrir a base desse compromisso entre quem estiver a pagar as contas e quem estiver só a gozar o prato. É só uma questão de perspectiva e fé, se um servidor aleatório de Mastodon tem (de facto) um compromisso maior que qualquer outro.

É por isso que eu gosto do contexto de servidores pagos. Porque há uma relação contratual e o crescimento é sustentável, equilibrado e, se calhar, até apetecível para ambas as partes. Se por outro lado a aposta é de “ter fé” que quem paga as contas continuará a pagar, porque sim, e quem faz manutenção continuará a fazer, também porque sim... não me parece uma situação confortável. Pelo menos não é confortável para mim.

Prefiro mesmo pagar as minhas próprias bebidas, estar em minha casa, e receber por cá apenas as pessoas com quem gosto de partilhar o oxigénio. Se isso dura um dia ou anos? Sei lá. Estar vivo é uma condição precária e com um péssimo diagnóstico de longo prazo. Não sei se terei a mesma capacidade financeira que tenho hoje no futuro. Nada é certo, excepto que o destino das minhas contas está nas minhas mãos, depende apenas de mim, e em nada da boa-vontade de terceiros.

É exactamente como gosto que seja.